Basta passar os olhos sobre o gráfico do eBit que registra a evolução do comércio eletrônico no Brasil nos últimos 15 anos para termos uma ideia da importância que a internet adquiriu para as transações comerciais de todos os tipos. Enquanto em 2001 pouco mais de R$500 milhões foram negociados via e-commerce, a previsão é de que em 2015 R$43 bilhões tenham fluído em transações efetuadas via web até o final do ano.
Os números deixam claro que criar uma loja online tornou-se uma possibilidade bastante atraente, mesmo nesta época conturbada e que pode ser uma alternativa para quem deseja expandir os negócios. Contudo, antes de partir para a ampliação da empresa por meio do e-commerce, como em qualquer outro negócio, o empreendedor deve buscar o conhecimento sobre todos os detalhes que envolvem o comércio na internet e fazer um planejamento cuidadoso sobre como cada um deles será tratado.
Para ajudar você nesse sentido, criamos este artigo sobre como abrir um e-commerce. Confira!
A primeira dificuldade surge exatamente com a falta de informação sobre quais são os detalhes que devem ser conhecidos. O primeiro deles é saber a legislação pertinente ao e-commerce. Em seguida, é preciso definir a plataforma que será utilizada, as formas de pagamento que serão adotadas, a logística para a entrega de produtos e a forma de dar suporte aos clientes que a lei exige. Os planejamentos financeiro, administrativo e das ações de marketing também devem merecer atenção especial, entre outras questões.
Desde de 2013, o Decreto Federal 7962 regulamenta o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90) no que tange o comércio eletrônico. Assim, além dos dispositivos de proteção do Código, o consumidor que adquire produtos pela internet está amparado por exigências que favorecem a clareza das informações, a facilidade de atendimento e o respeito ao direito de arrependimento. Conhecer esse decreto é importante, tanto por dar o conhecimento sobre os critérios que deverão ser obedecidos na prática do e-commerce, quanto para orientar ações de atendimento e suporte ao cliente.
Para atendimento do decreto é importante que se atente para que a sua loja virtual tenha as seguintes informações;
Outro ponto que um e-commerce se difere de uma loja física é a Lei 8.079, chamada de Lei do Arrependimento. Segundo ela, o cliente pode cancelar a compra não presencial em até 7 dias após o recebimento do produto, sem multas, isso vale para uma loja virtual ou para um televendas. Então é importante que você considere essa situação para planejar as vendas e a logística.
Mesmo que você tenha uma loja física do segmento, fazer uma pesquisa de mercado sobre os seus concorrentes no e-commerce, como se posicionam e como realizam as vendas é essencial, isso também lhe trará informações sobre o perfil de consumo na rede e quais são os direcionadores de compra.
Entender as diferenças entre as vendas físicas e virtuais ajudará a você direcionar os esforços corretos para o sucesso do empreendimento.
Sugiro a todos que almejam em abrir um e-commerce, ler o Livro A Cauda Longa de Chris Anderson, ele discute justamente que ter um mercado de nicho muitas vezes com um único produto pode te trazer vantagens comparativas enormes na disputa com as grandes redes, principalmente com a ajuda da internet. Leitura recomendada.
Escolher a plataforma correta, que esteja de acordo com o seu planejamento — tanto de investimento quanto de perspectiva de crescimento da sua loja virtual — é um passo essencial. Basicamente, você pode escolher entre uma loja pronta, de uma plataforma SaaS; e uma personalizada, de uma plataforma Build ou de uma plataforma OpenSource.
Com a plataforma SaaS (software as a service, ou software como um serviço) você já adquire a loja pronta, com a vantagem de custos mais baixos e velocidade de implantação e de atualização melhores do que das lojas personalizadas. Como desvantagem há a dependência com relação ao fornecedor para a assistência técnica e a pouca flexibilidade de personalização.
Para obter a plataforma Build, que permite a personalização da loja, é preciso contratar uma empresa especializada que criará a estrutura de acordo com as exigências do empreendedor. As grandes vantagens são a possibilidade de ter um sistema com todas as características desejadas e a independência de manutenção. As desvantagens estão no alto custo de implantação e no desenvolvimento e atualizações lentos.
Com a plataforma Open Source (código aberto), as vantagens oferecidas pela plataforma Build chegam por preço geralmente mais baixo e o empreendedor conta ainda com o acesso a vários recursos que são desenvolvidos pela comunidade que trabalha sobre aquele código. Como desvantagem, há também a lentidão de implantação e de atualização e a necessidade de contratação de um programador que entenda do código sobre o qual a loja será criada.
Para elevar as vendas, além de manter a sua loja na internet é possível utilizar um Marketplace, que nada mais une os consumidores a vários fornecedores a fim de gerar negócios. Marketplaces conhecidos no Brasil são o Mercado Livre, o Extra.com e mais recentemente a Americanas.com.
Seja qual for a plataforma que escolher o importante é estar atento a segurança que ela oferece para a sua operação e para seus consumidores. A principal vulnerabilidade de uma loja na internet é sofrer ataques como os realizados por hackers, e isso pode prejudicar a imagem de sua marca junto aos consumidores.
Para quem está iniciando no e-commerce, a melhor opção para receber os pagamentos é aderir aos serviços prestados por intermediários que cobram uma taxa sobre o valor da transação. O serviço é mais fácil de usar, é seguro e permite que os compradores façam o pagamento com cartões de crédito ou com boletos. Os principais exemplos deste tipo de serviço é o Paypal, PagSeguro e Moip.
Para empreendedores experientes existem outras duas soluções mais robustas. Uma delas são os gateways de pagamento, que utilizam conexões estáveis com as operadoras de cartão de crédito, cobrando um valor fixo por transação. A outra é a integração direta com as redes. Ambas exigem a contratação de serviços antifraude.
Cuidar para que a logística da loja virtual transcorra sem atropelos também é um ponto essencial para o sucesso do negócio. As melhores opções para quem está começando são os Correios e as transportadoras. Para escolher qual a melhor para o seu negócio, analise quais fretes são mais vantajosos em termos de custos e de agilidade na entrega. É possível que você utilize as duas opções, dependendo do tipo do produto a ser entregue, prazos, etc.
É importante estabelecer uma rotina que permita despachar as mercadorias da forma mais imediata possível, sem que isso signifique a necessidade de recorrer de maneira repetitiva ao transportador. Por exemplo, dependendo do movimento, é possível marcar dois horários para que as mercadorias sejam despachadas, na parte da manhã e à tarde.
De nada adianta uma loja perfeitamente estruturada se as ações de marketing não forem pensadas e desenvolvidas com critério. Portanto, é preciso definir o público-alvo que se deseja atender, por praça, faixa etária, hábitos de consumo e outras características que permitam definir o perfil do cliente da loja. Em seguida, é necessário fazer a divulgação focada neste perfil, utilizando as ferramentas disponíveis, como o Google Adwords, a ferramenta de anúncios do Google, e as ferramentas de publicidade nas redes sociais.
Outra ação de grande impacto é o e-mail marketing, que conta com a disponibilidade de ferramentas bastante funcionais.
O e-commerce exige o mesmo rigor com o planejamento financeiro e com a administração que há no comércio físico. Por isso, é preciso definir previamente quais os investimentos serão feitos e quais as rotinas deverão ser seguidas quando o negócio estiver funcionando.
Rotineiramente, o fluxo de caixa, controle de custos, controle de estoque, administração de pessoal, contabilidade e todas as demais tarefas inerentes ao negócio devem ser desempenhadas com profissionalismo e sem improvisações.
Naturalmente, a loja virtual deve emitir notas fiscais nos mesmos moldes das lojas físicas, não havendo diferenças de tributação entre as duas modalidades de negócios. Para saber mais dos tributos de um ecommerce, clique aqui.
Como o comprador de uma loja virtual não tem contato prévio com o produto que está adquirindo, é natural que a ele seja assegurada a possibilidade de buscar informações sobre o produto e sobre a transação o que, inclusive, é garantido por lei. Portanto, o planejamento da loja virtual deve prever a criação da estrutura que permita oferecer esse atendimento.
Ao comprador pode ser dada a possibilidade de contato via telefone, por e-mail, por formulário de contato disponível na própria loja e via chat. Em qualquer das hipóteses, é interessante que o atendimento seja registrado, o que tornará possível dirimir quaisquer dúvidas sobre o atendimento que possam surgir posteriormente.
Para o bom andamento do e-commerce, será necessária a contratação de pessoal para desempenhar as múltiplas funções: recebimento de pedidos, verificar pagamentos, emitir notas fiscais, separar, embalar, etiquetar e despachar mercadorias e fazer o acompanhamento da entrega dos pedidos. Dependendo do porte do negócio, pode ser necessária a aquisição de um ERP que permita automatizar o acompanhamento desses passos.
Ainda, é preciso pensar na contratação de pessoal para dar suporte ao cliente e para desempenhar as funções administrativas e financeiras, entre outras. Todos os colaboradores devem ser treinados de acordo com as funções que vão desempenhar.
Agora que você já sabe quais são os pontos que devem receber atenção na abertura de um e-commerce, prepare um cheklist que permita que cada um deles seja conferido.
Se você quer mais alguma informação sobre a abertura de um e-commerce, deixe aqui o seu comentário. Também aproveite para saber sobre os impostos que são pagos por uma loja virtual!