Imagine que você tenha inventado uma nova e revolucionária churrasqueira portátil, que pretende produzir em larga escala para vender pela internet. Na sua cabeça e para os seus amigos a ideia é sensacional. O problema é que você não sabe se as pessoas pensarão o mesmo dela e se a venda pela internet dará certo, o que fará surgir um impasse. Afinal, investir na produção e na estrutura de comercialização sem testar o produto pode significar um risco enorme, uma vez que, se a ideia não pegar, você perderá muito tempo e dinheiro.
Neste caso, como em tantos outros em que é necessário validar um produto ou um negócio, adotar o MVP como estratégia se apresenta como uma solução muito interessante. Quer saber mais sobre o assunto? Leia a seguir!
Do inglês Minimum Viable Product, ou Produto Minimamente Viável, na tradução, MVP é uma versão protótipo de um produto que permite testar um modelo de negócio antes de ele ser lançado de fato. Para desenvolver o MVP investe-se apenas na ideia central, essencial para que o produto seja validado, o que torna muito mais rápida, menos trabalhosa e mais barata a possibilidade de perceber qual será a aceitação do público, do que seria se todos os processos para a elaboração do modelo de negócio tivessem que ser desenvolvidas.
Pequenos, médios e grandes empreendedores podem adotar o MVP como estratégia para validação de um produto. Por exemplo, alguém pode pensar em testar um sanduíche em uma lanchonete antes de investir na produção, no lançamento e na distribuição por delivery, da mesma forma que uma grande empresa dedicada ao e-commerce pode testar um novo site em uma versão simplificada, que operará com uma estrutura reduzida antes de investir no modelo definitivo.
Nos dois casos, os empreendedores estarão buscando informações sobre a impressão das pessoas, sobre os gargalos que o empreendimento gera, entre outras, que permitirão que os erros sejam corrigidos antes do lançamento efetivo do produto.
Empresas de marketing virtual utilizam bastante o MVP antes de lançarem as versões finalizadas do modelo de negócio. Podemos até citar exemplos de empresas famosas que fizeram uso desta estratégia.
Antes de lançar a rede social mais famosa do planeta, Mark Zuckerberg testou as funcionalidades que ela ofereceria dentro da Universidade de Harvard, junto à comunidade universitária. Lá ele obteve as informações necessárias para promover as alterações fundamentais e aprimorar a usabilidade do Facebook.
O Groupon foi lançado como um site extremamente simples em sua primeira versão, utilizando a plataforma WordPress e gerando cupons em PDF, que eram enviados manualmente para cada interessado.
A criação de um MVP parte de uma definição da proposta de valor, ou seja, da definição do problema que será solucionado pelo produto. No exemplo acima, o sanduíche deverá solucionar a fome ao mesmo tempo em que deve agradar o paladar dos consumidores, enquanto o site deve ofertar produtos, o que precisa ocorrer de maneira funcional e eficiente.
Na etapa seguinte, é preciso definir quais são as características mínimas que o protótipo deve ter para entregar o valor proposto. Neste momento, é preciso ficar atento para excluir funcionalidades que não são de fato necessárias. Isso deve ser feito com a atenção voltada para fato de que o MVP não deve ser somente um produto mínimo. Ele deve ser o minimamente viável, ou seja, a versão mais enxuta possível do produto, mas que seja capaz de atender à proposta de valor que você estabeleceu.
Muitas vezes o empreendedor deseja que o MVP seja extremamente barato e rápido de implementar, o que nem sempre é possível. De fato, ele deve ser mais barato e mais rápido do que a versão final, o que não quer dizer que não exija investimento significativo de tempo e de dinheiro. Portanto, é preciso também definir o quanto será investido na implantação do MVP e, caso necessário, buscar as pessoas dispostas e investir na versão de teste.
O MVP não será testado junto ao público em geral, mas somente junto a pessoas convidadas, que deverão fornecer os feedbacks necessários ao aprendizado que permitirão validar ou invalidar as hipóteses do modelo de negócio que ele propõe. É a partir daí que será possível planejar os passos seguintes; realizar os ajustes necessários, corrigindo erros e implementando as novas funcionalidades que foram deixadas de lado na etapa da definição do MVP e que deverão estar presentes no produto definitivo.
Neste momento, é preciso também definir métricas que permitam avaliar as respostas do público de maneira clara e objetiva. Por exemplo, no caso do sanduíche, pode-se pedir para que a pessoa dê uma nota de zero a dez para o produto ou perguntar a ela se ela recomendaria o sanduíche para alguém.
O MVP pode ser pensado em duas versões: de Baixa Fidelidade, ou Lo-Fi (do inglês Low Fidelity); ou de Alta Fidelidade, ou Hi-Fi (do inglês High Fidelity).
Uma versão de baixa fidelidade de MVP é utilizada para validar premissas básicas que devem ser vistas no início do negócio. Ela permite que o empreendedor compreenda se a ideia é boa de fato, se as pessoas pagariam por ela o necessário para o custeio da produção e para a geração de lucro e se o formato da solução atende ao que o público de fato necessita, entre outros fatores.
Slides, hotsites, vídeos ou quaisquer outros sistemas que permitam uma apresentação rápida da ideia para os clientes potenciais são versões Lo-Fi de MVP.
O Dropbox, por exemplo, antes de lançar o serviço fez apenas uma apresentação em vídeo da ideia para os investidores que queria captar.
Já a versão de alta fidelidade implementa a ideia de maneira mais completa, contendo somente as funções centrais do produto. Por exemplo, o site de e-commerce do exemplo acima pode apresentar funcionalidades mínimas, oferecendo um número limitado de produtos para uma área de atendimento restrita.
O site Zappos, de venda de sapatos e roupas, foi lançado desta forma, como um site estático que era operado sozinho pelo seu fundador que também fazia os atendimentos via e-mail e telefone.
Um MVP pode ter vários formatos. Veja alguns dos mais conhecidos:
Como no caso do Dropbox, é possível produzir um vídeo descritivo da ideia e do produto.
Um site que tenha uma página inicial sugestiva, que apresente a ideia e direcione para outras páginas que permitam a avaliação do produto.
É o MVP que desempenha manualmente as funções que o produto final desempenhará automaticamente.
Da mesma forma que o Concierge, as funções de um serviço são executadas manualmente por pessoas, antes de serem automatizadas. Como no caso do Zappo, em que o fundador atendia e-mails e telefonemas nas vendas.
O MVP é uma estratégia eficiente para quem deseja iniciar um novo negócio ou lançar um produto inovador para o mercado. E se você ficou com dúvidas sobre o MVP, deixe aqui o seu comentário. Agora aproveite para ler o nosso post que fala sobre 7 coisas que você precisa saber antes de se tornar um micro empreededor individual cadastrado e continue acompanhando o nosso blog para ficar por dentro de mais dicas!