Abrir e expandir uma empresa é um enorme desafio. No caminho a ser traçado pelo empreendedor, inevitavelmente haverá necessidade de recursos para o seu negócio.
Mas, nós empreendedores, estamos atentos a isso, captamos a todo momento mesmo sem perceber, por exemplo quando pedimos aumento de prazos a fornecedores. Trata-se de um financiamento de terceiros.
Mas o fato é que nem sempre temos a mão todos os recursos necessários, talvez por isso do 1/3 das empresas fecham segundo o SEBRAE, sendo uma boa parte por falta de Capital.
Quer saber mais como Captar Recursos e como encontrar o dinheiro certo para o seu negócio? Continue lendo esse Guia.
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Sabendo que recursos são essenciais, o grande desafio do empreendedor é encontrar o financiamento certo para o seu negócio.
Não adianta “atirar” para todos os lados esperando que o recurso venha, é preciso entender as características de cada um, suas vantagens e desvantagens e ir focar seus esforços.
O primeiro passo é conhecer cada um deles, vamos então entender.
Esses são os tipos mais baratos e menos burocráticos que um empreendedor pode acessar. Muitos negócios nasceram e cresceram a partir deles, então não os despreze.
Quando falamos de recursos próprios, um termo associado a este tipo de recurso é “bootstrap”. Ele surgiu da alça das botas, algo que ajuda a calça-las, então literalmente é começar sem nenhuma ajuda.
Bem, recursos próprios não tem custo e te oferecem liberdade e autonomia de decisão, mas infelizmente são limitados.
Duas táticas importantes para “captar” é criar uma reserva ao longo do tempo e continuar a trabalhar em outro emprego durante o desenvolvimento do negócio.
Fique somente atento, pois se você tiver uma excelente ideia de negócio você pode perder o timing de implantação, além disso o planejamento de onde você vai alocar os recursos é essencial, aqui o desperdício deve ser mínimo ou inexistente.
Temos também os recursos de familiares e amigos, que também tem um termo popular para indica-lo, os 3Fs (friends, family and fools).
Parecido com os recursos próprios, estes de amigos e familiares também possuem baixo custo e não possuem tanta burocracia. Eles são baseados em confiança e até por isso possuem um grande risco, o de gerar problemas de relacionamento.
Existe muitos filhos que foram cobrados pela suas mães com esse tipo de recurso, incluindo aqui um case, o de um dos fundadores do Submarino. As dicas para não se ter problemas são:
– Pedir o valor mínimo para tocar o seu negócio
– Procurar pessoas que acreditem na sua ideia
– Não pedir para os “chatos”, eles com certeza vão querer dar pitacos
– Deixe claros os riscos, inclusive de não receberem de volta o dinheiro
– E faça um contrato, isso ajudará a evitar desentendimentos da sua proposta.
Esse tipo de recurso é comum e um dos mais antigos métodos. Existem alguns tipos de instituições que oferecem dinheiro em troca de remuneração na forma de juros, vamos aos detalhes;
Essa é a forma mais popular, antiga e simples de pedir recursos para o seu negócio.
É também uma forma segura de financiamento e traz como vantagem a autonomia na gestão de recursos e do negócio, uma vez que o gerente não vai dar pitacos na sua operação, ou ainda, solicitar a participação acionária na empresa já que a remuneração do Banco são os juros que devem ser pagos.
Mas para isso, você terá provavelmente que dar garantias patrimoniais e a taxa que será cobrada nem sempre vai ser aquela que você espera.
Por isso a dica aqui é pesquise as taxas, as linhas e os bancos, e se você precisar deste tipo de empréstimo não esqueça de fazer o seu relacionamento bancário.
É comprovado que um Gerente de Banco não tem capacidade de oferecer linhas a todos os seus clientes a todo o momento, então faça seu relacionamento, visitando ele, contando de marcos do seu negócio e até convidando para algum evento em sua empresa. Com certeza ele lembrará do seu negócio no momento oportuno e te oferecerá recursos compatíveis com a sua necessidade.
Como comentamos, os bancos normalmente solicitam garantias e nem sempre os empreendedores as têm. O que acontece: acabam ficando sem recursos para o negócio.
Para atender a isso, foram criadas algumas instituições que atuam com microcréditos, como ONGs e Cooperativas. Microcrédito são empréstimos de pequeno valor e com uma burocracia menor, ajudando empreendedores que necessitam de recursos e que não tenham crédito bancário.
É uma boa alternativa, porém limitada em termo de valor e prazo, de qualquer forma vale à pena pesquisar e considerar.
Essa é uma nova modalidade de empréstimos que tem crescido no Brasil. Ela funciona juntando aqueles que precisam de recursos, como você, a pessoas que procuram fazer investimentos diretos.
É semelhante as linhas bancárias, porém sem uma instituição financeira. Neste mercado há muita regulação do Banco Central, então é importante verificar se a instituição que ajudará a encontrar o investidor está autorizada a atuar e não lhe trará problemas.
Nesta forma de captação também existem limitações de volume de recursos e prazos e você deverá ter uma boa gestão financeira para ser financiado.
Algumas instituições ajudam nessa modalidade, tais como o Biva e a Neexos, vale a pena conhecer http://www.biva.com.br e https://www.nexoos.com.br/
O governo sempre atuou na economia, e uma das formas de fazer isso é fomentando a atividade econômica. Os recursos de fomento são importantes fontes de recursos a custos mais barato do que o dinheiro vindo de bancos.
O Banco de Desenvolvimento mais tradicional do Brasil é o BNDES, e o que aconteceu mais recentemente é que ele está procurando estar mais próximo dos empreendedores depois do caso Joesley Batista.
Para isso foi criada uma página na internet para solicitação direta. Saiba mais sobre isso no nosso artigo Empréstimo do BNDES para PMEs – Saiba como acessar linhas de crédito para sua empresa crescer.
Mas o BNDES não é a única instituição, temos ainda, entre os mais importantes, a FINEP que fomenta a ciência, tecnologia e inovação e que possui 8 linhas de crédito de diferentes perfis e o CNPq que oferece bolsas de estudo para pesquisadores.
Ainda falando de Bancos de Desenvolvimento existem bancos locais. Segue abaixo o link de alguns:
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)
Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (BANDES)
Agência de Fomento do Estado de São Paulo (Desenvolve SP)
http://www.desenvolvesp.com.br/
Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC)
Agência de Fomento do Estado da Bahia (DesenBahia)
http://www.desenbahia.ba.gov.br/
Tão novo quanto o peer to peer está o crowdfunding. A ideia aqui é que as pessoas passem a contribuir com o seu negócio a partir de doações.
É claro que essa doação espera algo em troca, seja uma lembrança ou ainda o próprio produto. O fato de receber um prêmio pela doação incentiva a doação para a sua causa.
Existem casos de sucesso com esse tipo de captação de recursos e diversos parceiros para facilitar isso, indicamos alguns abaixo;
Uma inovação neste modelo é Crowdfunding Equity, aonde esse “presente” em troca do financiamento é uma parcela da empresa.
Essa modalidade tende a crescer após a publicação da Instrução CVM 588 regulamentando e ampliando as possibilidades deste tipo de financiamento para empresas com o faturamento anual até R$ 10 Milhões.
Na prática, funciona como uma emissão de títulos conversíveis em Ações para qualquer sociedade empresária. Isso com certeza ampliará a segurança e dará mais acesso a pequenos investidores a participar de empresas nascentes.
Aqui no Brasil três plataformas que facilitam esse tipo de captação são o EqSeed, o Broota e o Startmeup e, mais recentemente, a Investor.
Capital de Risco diz respeito a investidores que aplicam recursos em sua empresa com a intenção de ganhar uma participação societária.
A expectativa é que a injeção de recursos faça com que ela cresça muito mais rapidamente e possam gerar altos retornos no futuro.
É importante aqui, é ter um modelo de negócios escalável para gerar este retorno, sem isso não é possível ter a atenção destes investidores.
Outro ponto importante a destacar, é que o negócio deixa de ser integralmente seu, portanto haverá perda de autonomia. Isso não necessariamente é um problema, pois em alguns casos a experiencia do investidor ajudará você a ter um negócio sólido e rentável.
Existem vários tipos de Capital de Risco, cada um adequado para um momento e necessidade de recursos, vamos a eles;
Normalmente são fundos e empresas que investem no desenvolvimento inicial das startups. Elas auxiliam nos momentos iniciais e as preparam para novas rodadas de investimento.
Como primeiro tipo de recurso, essas Aceleradoras procuram identificar tendências e oportunidades de mercado.
Os recursos oferecidos vão de R$ 50 mil a R$ 350 Mil e normalmente a empresa é apoiada no período entre 6 a 12 meses.
As principais aceleradoras são a 500, a Seed, a 21212 e a Ace.
Os investidores anjo são indivíduos ou grupo deles que ajudam em uma fase inicial do negócio. Normalmente são pessoas do mercado como executivos e ex-executivos e que gostam de participar da operação.
Os recursos deles normalmente são chamados de Smart Money, pois além do financeiro, ajudam realmente o empreendedor com seu conhecimento e influência.
O valor de investimento nesta modalidade varia entre R$ 10 mil a R$ 1,5 milhão e as principais instituição desta categoria de recursos são a Anjos do Brasil e a Gávea Angels.
O Venture Capital apoia empresas de pequeno e médio porte, que já estejam estabelecidas e com alto potencial de crescimento.
Normalmente o Venture Capital oferece esse apoio por até 4 anos e disponibiliza de R$ 1 Milhão a R$ 9 Milhões de Capital.
Aqui é o momento da guinada! Por isso, o VC procura excelentes empresas com produtos e serviços já estabelecidos que precisam de injeção de Capital para produzir retornos mais elevados.
No Private Equity temos o financiamento de empresas já estabelecidas no mercado e conhecidas que precisamos de recursos para fazer uma grande transformação.
O Private Equity costuma a entrar e se tornar majoritário para que possa tomar as decisões do negócio sem interferências.
Os recursos são alto, chegam a R$ 30 Milhões.
Ufa, depois de tantas formas de financiamento aos recursos chega a hora de falarmos um pouco mais de como obtê-los.
Os caminhos apresentados abaixo podem variar de acordo com o tipo de recurso, mas podem servir de guia para acertar bem os ponteiros de sua empresa.
Pela apresentação das formas de captação, fica claro que cada uma delas serve para um momento do negócio. É importante que o empreendedor faça essa reflexão sobre qual é o momento do negócio e principalmente o que espera dos recursos.
Não adianta necessitar de um Capital de Giro e buscar um Capital de Risco, ou ainda não estar disposto a perder a autonomia da empresa. O investimento deve casar com a necessidade, momento e perfil.
Em todos os recursos que apresentamos conta muito o relacionamento com o dono do Capital, seja ele um familiar, um amigo, um banco ou um investidor de risco.
Sabendo do recurso, procure acionar os seus contatos e fazer bons relacionamentos. Normalmente o investidor segue um perfil para aplicar seus recursos, estude e saiba se a sua proposta é adequada a ser apresentada.
Outro ponto que será exigido de você é um Plano de Negócios, é claro, com características diferentes de informação, mas com certeza você precisará saber o negócio que está propondo, as metas, os indicadores e a escalabilidade.
Um ponto importante aqui é ter um Pitch bem elaborado, que é uma apresentação curta de aproximadamente 3 minutos onde você responda as seguintes questões: o que é a empresa, quais são suas necessidades, vantagens e benefícios do seu negócio, público alvo e como você se destaca perante os concorrentes.
Aqui trata-se de ter as finanças e a contabilidade organizada. Essas informações com certeza servirão para analisar o seu crédito e ainda fazer previsões e calcular o valuation da empresa. Saiba mais sobre o valuation no artigo: 7 medidas práticas para a entrada de investidor ou a venda da empresa (siga e não irá se arrepender!)
Outro ponto é que ao investir em uma empresa, será exigida uma due dilligence que é uma avaliação burocrática da empresa, essas demonstrações e a regularidade fiscal são essenciais para passar por essa etapa.
Saiba mais sobre regularidade fiscal no artigo: CND: Como não deixar sua (ir)regularidade fiscal prejudicar os negócios
Durante uma captação de recursos, muitos documentos serão assinados e você deve ter muita atenção a eles pois provavelmente terão aplicações práticas na sua vida e não adiantará no futuro dizer que não leu direito.
Além disto quando for trocar informações e segredos da sua empresa, não esqueça de fazer um NDA que é um termo de confidencialidade e leia muito bem o Term Sheet, que serve de carta de intenções, no Capital de Risco esses documentos são essenciais.
No financiamento bancário fique atento a forma de capitalização dos juros e do pagamento das parcelas, muitos empreendedores não se atem muito a isso e acabam tendo problemas.
Bem vimos neste artigo as diferentes formas de captação de recursos, seus prós e seus contras além de qual momento elas servem as empresas e negócios.
Vimos também dicas práticas sobre a obtenção destes recursos, agora vale a pena você refletir sobre a sua necessidade de Capital e ir à luta.
Neste período não se esqueça de deixar sua contabilidade em ordem, bem como a sua situação fiscal, deixar de lado essas questões fragilizarão a percepção de risco do seu negócio e principalmente a sua capacidade de gestão.
Uma boa forma de organizar tudo isso é ter um excelente parceiro nesta área, então escolha bem o seu escritório de contabilidade na hora de iniciar ou iniciar ações de crescimento.
E então, o que achou do nosso artigo? Já está em fase de captação de recursos para o seu negócio? Já realizou alguma captação? Compartilhe com a gente sua experiência!
Até a próxima!
1 Comment
Bom dia, preciso de uma informação, como faço para mostrar meu projeto para uns dos Investidores-anjo, já que eu não conheço nenhum?