Os Brasileiros nunca compraram tanto à distância como atualmente. O crescimento do e-commerce e das vendas não presenciais têm sido bem significativo nos últimos anos, isso tem feito as empresas que atuam no setor passem a adotar formas de otimizar custos.
Além do mais, novas formas de venda e a chegada definitiva na Amazon, fez com que todas as empresas passassem a adotar medidas de otimização e eficiência para garantir o lucro na última linha do DRE, e o estoque é um dos maiores custos a atacar.
Diversas estratégias têm sido desenvolvidas e utilizadas por essas empresas, como a atuação nos Marketplaces, o Dropshiping e o Cross-Docking. Cada uma delas adequadas para um tipo de atuação e preocupação com o seu público.
E não é só no e-commerce que essa técnica pode ajudar no seu Comércio. Distribuidores e Empresas que atuam na venda B2B também podem adotar.
Vamos conhecer um pouco mais sobre Cross-Docking neste texto, vamos explicar o que é, suas vantagens e desvantagem e como implementar… Se tem interesse, siga com a gente!
O Cross-Docking é uma estratégia de otimização do estoque de empresas do ramo de comércio não presencial, ou presencial com entrega futura. Além de proporcionar economia, é um método ágil que diminui consideravelmente o estoque e o espaço físico destinado às mercadorias.
A ideia é que exista uma movimentação contínua dos produtos, adotando centros de distribuição próximos aos mercados consumidores e fazendo com que os fornecedores atuem no formato Just in Time.
O nome Cross-Docking é a tradução de “cruzando as docas”. Este termo surgiu para explicar um sistema de mercadorias descarregadas pelos navios, essas mercadorias eram despachadas por esteiras até galpões, onde eram alocados em caminhões, cada um para uma região diferente.
Na prática, funciona da seguinte forma:
Tudo isso é feito de forma sincronizada e eficiente para utilizar o menor espaço de tempo na entrega. Com isso não há formação de estoque, e você pode colher os benefícios disto.
A esse momento da leitura, você já sabe que esse modelo serve somente para empresas que realizam entrega para o seu consumidor.
Isso se adequa muito ao E-Commerce. Principalmente depois de passar daquela fase inicial onde as mercadorias são estocadas de forma limitada em escritórios e pequenos espaços e você já pensa em crescer.
Além do E-commerce, é possível adotar em todas as empresas que atuem com vendas não presenciais. Isso inclui muitos modelos de negócio com foco no mercado B2B, que podem otimizar sua operação com este modelo.
Mas Atenção! Embora mais eficiente, é preciso ter cautela para mudar o modelo de sua empresa já. Adotar o Cross-Docking é um passo importante a ser dado pela Empresa. Ele demanda investimentos, como locação de CDs, pessoal e sistemas de controle.
Ele também exige que sua equipe seja especializada e que você encontre fornecedores que não comprometam o seu negócio.
Neste ponto, procure Fornecedores que tenham experiência neste tipo de operação. Com o surgimento do JIT (Just in Time), do EDI (Eletronic Data Interchange), os fabricantes ficaram mais atentos ao atendimento do Comércio, e você irá encontrar excelentes parceiros.
Existem basicamente 3 tipos de Cross-Docking que podem ser adotados, desde o modelo mais puro de movimentação de cargas, até modelos híbridos, que adotam o processo em partes.
Veja as características e entenda o que pode ser melhor para sua empresa:
Trata-se do modelo puro de Cross-Docking, e é adotado principalmente pelas operações de e-commerce.
É a forma mais eficiente de não ter estoque parado. Neste tipo, as mercadorias são despachadas tão logo cheguem ao CD vindo do Distribuidor.
Na movimentação consolidada, ou movimentação híbrida como também é chamada, as mercadorias quando chegam no CD são triadas, sendo parte despachada e parte não.
O que fica no CD, aguarda outro movimento de mercadorias para a formação de carga para a entrega. Nesse modelo há alguma formação de estoque.
Neste último a ideia é somente sair carga fechada para transporte. Por isso que é chamado movimento de distribuição, pois a sua utilização é realizada principalmente por empresas B2B.
O CD neste caso, é utilizado para consolidação da carga em o que se chamada de FTL – Full Truckload.
Vamos lá, agora é hora de falar das vantagens do método.
Permite atuar com o Estoque Zero – Isso é o sonho de consumo de muito empresário: atuar com o Estoque Zero é “tudo de bom”. Te permite ter mais liberdade para alocar recursos, mudar sortimento, sem falar na redução drástica de custo.
Redução de Custos de Armazenagem – Vamos falar um pouco de finanças, pois existem muitos custos associados à manutenção de estoques. Um deles é o custo de armazenar. Com o Cross-Docking o espaço de armazenagem é reduzido, produzindo uma boa economia com locação de espaço. O resultado disso é um menor Custo da Mercadoria Vendida.
Redução do Capital de Giro – Outra vantagem financeira clara é na redução do Capital de Giro, pois os produtos são adquiridos após serem vendidos, tornando o ciclo financeiro menor. O giro do estoque maior também fará com que você produza mais lucros e caixa.
Aumento da Variedade e Sortimento – Atuando com o Estoque de Terceiros, você poderá aumentar a variedade e sortimentos dos produtos vendidos em seu comércio, não é mesmo?
Evita a falta de produtos – Comprado diretamente do Fabricante, a possibilidade de ficar sem estoque e ter ruptura é bem menor. Eventualmente você pode ter um ou outro problema, mas é bem menor do que se tivesse que gerenciar o estoque próprio.
Há menos falhas na entrega do que em outras operações – No Cross-Docking você garante que o produto certo chegue ao seu cliente através da operação de despacho. Isso é mais eficiente e efetivo para atender o cliente do que a entrega direta pelo fabricante.
É claro que nem tudo é vantagem, existem desvantagens e caso você adote o método, é preciso conhece-los para minimizar os seus efeitos. Vamos a eles:
Aumento no tempo de entrega – É indiscutível, haverá o aumento no prazo de entrega comparado a uma operação com estoque. É muito importante que você escolha bem o fornecedor, estabeleça comunicação eficiente de pedidos, por meio de EDI por exemplo, e se for necessário regionalize a oferta de produtos. De acordo com a localização do fabricante, isso poderá ajudá-lo na redução deste maior prazo para a entrega.
Dependência de Fornecedores – Atuar com Cross-Docking significa ter uma sintonia com o fornecedor dos produtos. Lembre-se que a entrega tem a ver com sua imagem e não com a do produto. Encontrar bons parceiros é essencial. Estude fazer um sistema híbrido, tendo em estoque produtos de alto giro e baixo valor agregado (menor custo) e utilize o Cross-Docking com os produtos mais caros e de baixo giro (maior custo).
Necessidade de manter uma rede de CDs – Se o seu negócio tem ampla abrangência geográfica, para você ter sucesso deverá manter operações em alguns Centros de Distribuição. Verifique a concentração de pedidos e a necessidade de manter o CD. Pesquise também formatos de contratação, existem Armazéns Gerais especializados no re-despacho de mercadorias, assim você poderá terceirizar totalmente a operação e facilitar o processo.
Exigência de Gestão Ágil e Eficiente – Toda a adoção deste método é baseada na eficiência e na boa comunicação com fornecedores e clientes. Não há espaço para desorganização e meio procedimento, ou é ou não é, e se não for e você insistir com certeza perderá dinheiro.
Bem, você já pesou prós e contras e está decidido a implementar o método em sua empresa. Então vamos lá, temos um percurso a percorrer. Vamos detalhar alguns passos essenciais que devem ser planejados e executados para obter sucesso.
Para ter uma boa operação, esse é um passo estratégico que você deve dar. Contratar Centros de Distribuição.
Observe a localização dos fornecedores e dos consumidores antes de definir um parceiro. É importante observar se ele tem estrutura para que você cresça, podendo aumentar ou diminuir sua operação e com qual flexibilidade.
Procurar parceiros que já operem na modalidade também facilita, podendo você absorver parte do conhecimento já adquirido pela experiência do parceiro.
A escolha do ERP também é estratégica. Lembre-se que deve haver um fluxo de comunicação ágil, e o ERP deve possibilitar isso.
Como haverá comunicação com áreas internas e fornecedores, verifique se sua estrutura tecnológica atende e irá ajudá-lo no processo.
A agilidade é essencial para o sucesso, e toda a equipe de trabalho deve estar treinada e alinhada com o processo. Existe grande responsabilidade no processo, pois falhas prejudicam a entrega ao consumidor.
Organize também as informações internas para evitar problemas de comunicação na equipe e monitore as falhas e modos de falha.
Já falamos neste texto mais vale a pena reforçar. Seu fornecedor deve estar alinhado ao seu negócio e operação.
Não esqueça de formalizar acordos e contratos e procure estabelecer com o Fornecedor cláusulas que garantam um estoque de segurança e formas de reposição rápida de mercadorias.
Antes de estabelecer a operação por completo, faça pilotos, teste o modelo e a resposta dos fornecedores.
É hora de aprender e cuidar dos problemas antes de virar a chave. A cautela é importante e o Piloto, se houver problemas, não prejudicará a sua imagem no mercado para os consumidores.
A imagem tem sido atualmente o maior ativo das empresas que atuam no Comércio.
Outra área que deve estar alinhada é o Atendimento ao Cliente. Ele deve estar preparado para atender e dar informações aos consumidores. Também divulgue aos clientes os canais de comunicação para que não se sintam “perdidos” no momento de buscar informações.
Modelos de Cross-Docking de sucesso se adaptam de acordo com a operação da empresa. Esteja atento aos feedbacks dos clientes e evolua o modelo. A maturidade dele na empresa ocorre após uma ou duas rodadas de evolução na empresa.
Com a chegada e o fortalecimento dos MarketPlaces, mais modalidades de comércio com otimização de estoque têm surgido e intensificado a sua utilização. A palavra de ordem é: otimizar estrutura e custos.
Existem outros modelos que se propõe a colher esses benefícios.
Um deles é o Dropshipping, modelo que ficou famoso e não tão bem visto devido à sua introdução pela importação da China e problemas de aduana para os consumidores. Mas fora isso, é uma modalidade que tem crescido no Brasil em operações regulares e saudáveis aos consumidores.
Esse método consiste em vender totalmente sem estoque, onde o fornecedor entrega diretamente ao consumidor. Neste caso podem existir falhas e você perde um pouco o controle da operação. Apesar disso, proporciona uma boa lucratividade e o foco no ponto de venda, seja ele físico ou virtual.
Temos também o Transit Point, que funciona muito parecido com o Cross-Docking. Neste método o pedido é realizado um a um, ou seja, ele chega totalmente pronto para o re-despacho. Com isso, há uma boa otimização de estrutura.
O comércio não presencial tem crescido em todo o mundo e no Brasil não tem sido diferente. Junto com esse crescimento vem a necessidade de otimizar a operação, reduzindo custos e aumentando os lucros. Uma das formas é adotando o Cross-Docking que é um método que reduz estoques e seus custos associados.
Mas ao adota-lo é preciso tomar decisões e estar preparado para ser ágil e eficiente. Junto com isso, os parceiros que são principalmente os Fornecedores e o Armazém Geral devem estar alinhados para não haver erro. Outros cuidados internos devem ser tomados como treinamento de equipes e reforço do SAC.
Então é isso, espero que tenha gostado do texto e que ele tenha ajudado e pensar sobre o tema. Ter bons parceiros é sempre importante e isso também é verdade para a Terceirização de suas Atividades e Fiscais. E falando em parceiros, procure um escritório de contabilidade antenado para ajudar na evolução de sua empresa. 🙂