Se você já possui um controle de fluxo de caixa em sua empresa, chega um momento que é necessário agir.
É sobre isto que este artigo fala. Como transformar o controle em informação e quais são as dicas para evoluir sobre o assunto.
Lembre-se: A informação somente se torna útil quando gera capacidade de ação e neste texto vamos falar sobre como melhorar a qualidade do seu fluxo financeiro.
Se você continuou lendo texto entendo que você já possui algum controle financeiro e pretende avançar para o fluxo de caixa.
Mas somente para recapitular, preciso mencionar sobre a importância deste instrumento, pois é a ferramenta mais simples de controle, planejamento e organização das finanças de uma empresa.
O acompanhamento do fluxo de caixa é essencial, mas dar o próximo passo é importante, analisar e fazer uma gestão ativa para melhorar o dinheiro e recursos em caixa.
Manter os registros com o nível de detalhes e ter um bom plano de contas é primordial para análises.
Você já tem uma base de informações sobre as entradas e saídas do seu caixa e chega a hora de analisar.
O que você deve olhar? Segue os principais pontos:
Feito isso vamos a ação para tornar o Fluxo de Caixa mais eficaz.
Cuidar das contas à receber é algo que depende muito da ação interna. Se a empresa afrouxar um pouco o seu controle, a possibilidade de ir mal é grande.
Normalmente o prazo de pagamento ocorre em função do faturamento da empresa para o cliente.
É importante entender o caminho de um pedido de compra até o faturamento e fazer isso ficar mais rápido.
Muitas empresas levam de um a dois dias para faturar, fazer isso de imediato fará o seu prazo de recebimento recuar esse tempo que economizar.
O efeito positivo disso é ainda maior com a fidelização do cliente que receberá antes pela sua compra.
Quando você dá prazo para pagamento de uma compra para o cliente, você atua como um financiador para aquela compra.
Revise a forma como você faz isso, se o prazo médio é longo procure formas de receber antecipado. Uma boa alternativa é ter parceria com uma instituição financeira, no intuito dela manter o prazo ou até alongar e sua empresa receber à vista.
Outra alternativa é incentivar pagamentos antecipados, isso pode ser feito oferecendo alguma condição mais vantajosa para a empresa.
Cuide bem da inadimplência mas não para ela crescer!
A inadimplência é algo que precisa ter gestão e atenção diariamente.
Uma solução bastante utilizada é estabelecer uma régua de cobrança. Régua de cobrança é composta por ações que devem ser realizadas antes e durante um recebimento e na ocorrência da inadimplência.
Na prática, como ela deve ser iniciada antes do vencimento, ela já elimina uma série de falta de pagamentos por esquecimento e também realiza ações imediatas no caso do pagamento não ocorrer.
Este texto tem excelentes dicas de como criar régua de cobranças efetivas.
Existe uma série de ações sobre o Contas à Pagar que não é deixar de comprar, embora essa seja também uma boa opção se a despesa não fizer sentido com o negócio.
Bem, ao contrário do Contas à Receber, no Contas à Pagar todas ações sinalizam para o aumento do prazo e adequação dele aos recebimentos. Vamos as dicas:
Pode parecer um pouco óbvio mas essa dica é simples. Pague as contas em dia.
Qualquer conta que se pague atrasado incorrerá em juros, e se não houver o controle corre-se o risco de ver essa despesa desagradável aumentar a sua participação.
Saber e controlar a data de pagamento ajudará também a você ter visibilidade do fluxo de caixa correto e pensar em alternativas para pagá-las no prazo.
Se você tem contas com prazos muito curtos de pagamento, isso poderá ser um problema para o seu caixa.
Avalie todos os prazos e tente alonga-los com o fornecedor. Isso ajudará no seu ciclo financeiro.
Neste momento de renegociação você também deverá entender se existe desconto para pagamento antecipado.
Se o desconto for bom, considere alongar o prazo de algumas contas e antecipar o pagamento de outras que ajudará a reduzir o seu custo.
Outra estratégia de sucesso que alguns setores e empresas conseguem fazer é concentrar os pagamentos em uma única data.
Essa data tem que fazer sentido com o recebimento dos clientes para evitar que falte caixa.
Com isso é possível ter uma ótima previsão para os pagamentos do mês, reduzir o esforço de conciliação bancária e ainda poder usar a data de forma estratégica para sempre ter caixa.
Outra forma de ajudar o caixa da empresa é o enquadramento tributário.
Digo isso pois os impostos representam sozinhos uma parcela considerável dos desembolsos da empresa, possuem data liquida e certa para pagamento e não é possível negociar a melhor data.
A boa notícia é ser possível fazer escolhas para minimizar o seu impacto, seja com relação ao valor pago, como a apuração e a forma de pagamento.
E nesse ponto o objetivo deve ser não somente diminuir os impostos como também retardar a obrigação, vamos ver como fazer isso.
Existem três enquadramentos tributários principais para as empresas;
A descrição resumida acima não dá a dimensão de todas as diferenças entre os enquadramentos, por isso indico a leitura do texto sobre as diferenças entre Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
O fato é que sempre, simulando os três enquadramentos e considerando todos os impactos, o valor a ser pago é diferente.
Tendo em mente isso, é importante escolher um enquadramento que reduza os tributos e revisa-lo sempre que fizer sentido ou que se altere as condições da previsão.
Mas, atenção! A escolha é válida por todo o ano fiscal, então é preciso se antecipar e fazer as simulações considerando as expectativas para o próximo ano fiscal.
Como mencionei mais acima, minimizar os impostos não é o único objetivo de um planejamento tributário.
Pode ser também retardar a obrigação tributária.
Para isso é preciso definir o método de apuração de impostos.
No Lucro Presumido e no Simples Nacional é possível escolher entre os métodos de Competência e de Caixa para a apuração.
No método de competência, o mais comum, normalmente os tributos são pagos no mês subsequente do fato gerador, ou seja, do faturamento da venda.
Já no método de caixa, os tributos são apurados e pagos após o recebimento da venda. Isso é uma grande ajuda ao caixa, não é mesmo?
É claro, isso exige um controle rígido sobre os recebimentos e um alinhamento com o seu contador.
Já para quem opta pelo Lucro Real, pode escolher entre os métodos de apuração Real Anual ou Real Trimestral, e sua escolha deve ser também pensada pois pode interferir nos valores pagos mensalmente pela empresa.
Outra forma de melhorar o caixa da empresa, é através de uma reorganização societária dos negócios da empresa.
Pode ser que a empresa tenha o seu principal negócio uma Indústria que venha prestando serviços aos seus clientes.
Dividir as operações pode ajudar a empresa a escolher o enquadramento tributário adequado para cada negócio.
Como no exemplo, pode fazer sentido o negócio industrial ser do Lucro Real (normalmente indústrias possuem uma baixa margem de lucro) e os serviços optarem pelo Lucro Presumido.
É claro, é preciso fazer essa análise com bastante atenção para levantar e considerar todos os efeitos.
Por fim, nossa última dica (a décima, a mais do que prometemos) para aumentar a eficácia do fluxo de caixa, é o apoio de um contador.
Ele poderá, com sua experiência explicar as demonstrações contábeis e como fazer a integração destes relatórios com o fluxo de caixa gerencial.
Empreendedores que conseguem atrelar a informação gerencial com os relatórios contábeis conseguem utilizar melhor a informação disponível para o desenvolvimento de seus negócios.
Além disto este profissional poderá ser essencial para um bom planejamento tributário, pois é necessário, na análise, incluir todos os efeitos positivos e negativos da escolha.