Sabe o que é o ponto de equilíbrio da sua empresa? Entenda agora!
Sabemos o quanto é complicado equilibrar os ganhos e gastos de um negócio, principalmente em momentos de crise.
Se você já possui um controle de caixa, a próxima etapa é gerenciar e aumentar o seu lucro, e para isso você deve conhecer o Ponto de Equilíbrio de sua empresa.
Esse indicador permite ter informações sobre a dinâmica da empresa com os volumes necessários para se vender e gerar lucro e por isso se torna tão importante.
Se você quer saber mais não deixe de ler esse post!
O Ponto de Equilíbrio (PE ou Break Even Point, em inglês) é o ponto de igualdade financeira entre as despesas e as receitas totais em um mesmo período.
Por meio dele, você saberá qual deve ser seu faturamento mínimo mensal para cobrir seus gastos fixos e variáveis. Esse número é que determinará qual será a quantidade de vendas a ser alcançada para obter lucro.
Existem algumas variações do cálculo para deixar o indicador mais coerente com o objetivo da empresa, veja os três principais;
Esse é o método mais difundido e conhecido de cálculo, nele o cálculo leva em consideração que as receitas menos despesas devem ser zero.
No Ponto de Equilíbrio Financeiro ou de Caixa, de todas as receitas e despesas contabilizadas, são retiradas do cálculo todas aquelas que não representam um desembolso ou entrada no caixa, assim a o indicador fica compatível com o caixa da empresa.
As principais despesas e receitas que são contabilizadas e que não representam uma saída ou uma entrada de caixa são: a depreciação, a amortização e a variação cambial.
No Ponto de Equilíbrio Econômico, é considerada o custo de oportunidade do dinheiro aplicado, assim se tem uma visão do lucro mínimo aceitável pelo empreendedor tendo em vista que ele aplicou os seus recursos no negócio.
Para mim, esse é o melhor cálculo, pois em economia, a situação de equilíbrio dos mercados se dá no Ponto de Equilíbrio Econômico, pois os rendimentos da atividade produtiva tendem a se igualar em mercados concorrenciais aos rendimentos no mercado financeiro, desta forma fica fácil observar se a empresa vai bem, ou se não vai tão bem, mesmo que apresente um lucro contábil.
Como descrito no começo, é preciso minimamente ter o controle financeiro da empresa, ou a contabilidade em dia para iniciar a análise, isso pois seus inputs são informações do negócio que o empreendedor precisa conhecer.
Para conseguir essas informações pode-se recorrer ao seu contador, vamos conhecer as principais informações para o cálculo:
Ter uma projeção de receitas, ou ainda, o histórico de receitas de períodos anteriores será muito útil, principalmente se você não conhece o custo variável do produto.
As receitas são resultados dos preços individuais multiplicados pelo volume, por isso ao buscar saber sobre a receita, procure pelo preço e pelo volume, eles te trarão mais informações e um poder de analise melhor.
Um erro comum entre gestores é o de buscar o Ponto de Equilíbrio financeiro considerando como despesas apenas os custos diretos de produção ou prestação de serviço (como folhas de pagamento, matéria prima, impostos, etc.), entretanto, é preciso entender a conexão entre receitas e gastos mais a fundo para saber quais são os preços a serem praticados a fim de se obter rentabilidade.
Desta forma, separe todos os custos variáveis, que são aqueles custos diretamente empregados para produzir um serviço ou produto. Eles são variáveis, pois vão se alterar de acordo com a quantidade produzida ou vendida, ou seja, quanto mais elevadas as vendas/produção, mais elevadas são os seus gastos.
Com as informações de vendas e de custos variáveis, se tem a Margem de Contribuição, ou seja, os recursos que são disponibilizados para o pagamento dos custos e despesas fixas e para o lucro.
Por fim, separe os custos e despesas fixas, que são aquelas que independentes do volume de vendas se manterão estáveis. É importante lembrar que elas estão associadas a uma capacidade produtiva, ou seja se eu elevar o nível de produção, somente poderei fazer até certo ponto, sem incorrer na assunção de novas despesas fixas.
Para calcular o indicador do seu empreendimento, siga os passos abaixo com cuidado, o exemplo foi calculado com o método Contábil:
1.Separe seus custos fixos e despesas de seus custos variáveis.
2.Divida o custo variável total pela receita total das vendas.
3.Subtraia 1 do resultado do passo anterior.
4.Divida o resultado do passo 3 pelo valor total dos custos fixos e despesas.
O resultado do passo 4 será seu Indicador de Equilíbrio.
Veja o exemplo:
Total do Custo Fixo e Despesas: 1.000,00
Total do Custo Variável: 3.000,00
Total das Vendas: 6.000,00
Percentual do Custo Variável: 3.000,00 / 6.000,00 = 0,50
1 – 0,50 = 0,50
PE Contábil = Custos e Despesas Fixas / Margem de Contribuição
PE Contábil = 1.000,00 (custo fixo e despesas) / 0,50 = 2.000,00
Isso significa que, para esse exemplo, seria necessário vender, no mínimo, 2 mil reais para que sua empresa ficasse no “zero a zero”, isto é, em seu Ponto de Equilíbrio. Porém, como seu objetivo não é esse, você precisa vender acima desse valor para lucrar!
O PE, portanto, não funciona como um objetivo a ser atingido, mas sim como um parâmetro para que sua empresa saiba de onde ela deve partir para obter lucro, e jamais prejuízo.
Como qualquer indicador, é preciso ter cautela e utilizar outros indicadores para a gestão da empresa, utilizar somente um indicador ou uma única visão pode levar a empresa a tomar decisões erradas.
Com o Ponto de Equilíbrio não é diferente, o modelo tem algumas limitações, o melhor é conhece-las e considera-las na análise.
O modelo pressupõe uma estática comparativa de curto prazo, ou seja que as relações e as condições operacionais não se alteram no curto prazo.
Sabemos que a realidade é dinâmica, e durante um dia, fatores relacionadas as despesas e receitas se alteram constantemente, exigindo assim que a cada mudança sejam refeitos os cálculos.
Outro pressuposto é uma relação linear entre Receitas e Despesas, com uma visão restrita e focada isso é até é verdade, mas o modelo não considera as economias de escala com o aumento da produção, ou mesmo o momento da curva onde os custos variáveis se elevam mais do que a receita em um efeito que os economistas conhecem como a lei dos rendimentos descrentes.
Outra limitação do modelo é no tratamento de vários produtos. O cálculo considera uma Margem de Contribuição, então somente é possível trabalhar com a formula caso os produtos tenham a mesma margem de contribuição.
Existem, é claro, saída matemáticas para reduzir essa limitação, como trabalhar com as médias ou melhor ainda, considerar a proporção de produtos vendidos, mas ajustar o indicador nos leva a primeira das limitações, a da realidade estática, pois não é possível garantir que a proporção de vendas dos produtos no próximo período será exatamente a mesma daquela que originou o cálculo inicial.
Como podemos ver, a partir do momento em que estabelecemos um controle financeiro mínimo e temos a disposição os demonstrativos contábeis, conseguimos obter mais informações sobre a empresa que talvez no dia a dia da empresa não nos damos conta.
Informação ao empreendedor é essencial, já que a partir dela é possível fazer um planejamento e tomar decisões que levem a empresa para o caminho do crescimento, além disso não será mais possível determinar o futuro a partir do destino, ou seja o sucesso ou insucesso dependerá somente da sua capacidade gerencial.
Ajude também outros leitores comente sobre a utilização do PE no seu negócio.
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qual seria o equilíbrio entre custo e receita ?